7 de janeiro de 2015

Paradoxo Literário Nacional

A internet se tornou um excelente meio social, de forma que hoje em dia cada vez mais pessoas conhecem outras pessoas na rede. Tudo acontece de forma bem democrática nesse contato virtual. Além das já conhecidas redes sociais existem também as famosas salas de bate papo, estas divididas por temas.

Há realmente de tudo: idades, Estados, países, gostos musicais, gostos literários e claro que não é possível esquecer dos gostos de sexo. A internet se tornou tão presente que o sexo virtual não é nem mais considerado um fetiche ou alguma fantasia e tem uma categoria sua, completamente isenta das outras.

Em um desses dias em que mesmo tendo o que se fazer acabamos por querer falar com alguém diferente, conhecer alguém novo acabei acessando uma sala de bate papo para supostos amantes da literatura.

Logo, acabei iniciando um papo com uma moça cuja auto alcunha de Jane Austen chamara-me a atenção, apesar de eu não ser um leitor das obras da autora original. Enfim, passadas as apresentações iniciais que nunca mudam como “Oi, tudo bem? De que Estado você é?” finalmente começamos a realmente a falar sobre literatura.

— Ah... eu leio um pouco de tudo. Adoro romances, de fantasia fantástica, passando por ficção científica até uma bela e linda história de amor. — Me dissera inferindo bastante versatilidade quanto ao que eu estava pensando sobre ela.

— Muito legal, eu também gosto de ler um pouco de tudo, cada tema e gênero têm suas particularidades mas ambos podem transmitir uma ótima mensagem de forma eficiente e igualitária. — Respondi tentando ser condizente com a situação.

Quando perguntada sobre os títulos que mais gostou ela respondeu:

— Dos clássicos, gosto muito dos livros da Austen, como pode imaginar pelo meu nick rsrs. Também gosto muito de fantasia como Harry Potter, Senhor dos Anéis, Crônicas do Gelo e Fogo. E tenho lido alguns autores novos que aparecem por aí tipo o Green.

Não sei dizer o que senti quando não vi nem sequer um título nacional em sua breve lista de queridos livros. Minha curiosidade não se aguentou e acabou questionando sobre tal ausência da literatura canarinha.

— Ah! Os autores nacionais são muito chatos, tão cheios de regras, falam tudo de maneira tão complexa e formal. As histórias são muito bobas e inocentes, já não gostava delas desde a época da escola. — Respondeu ela dessa forma direta e incisiva.

Fui tomado por uma outra sensação desagradável. Como é possível alguém não gostar de nada que venha de onde ela mesma vem? Me peguei pensando antes de continuar falando com ela, deixando apenas uma letra solta na barra de mensagens para que ela pensasse que estou escrevendo ainda e não a ignorando.

Concordo em partes que alguns autores nacionais são bem complexos e formais, mas a literatura nacional não morreu no início do século XX, muito pelo contrário foi exatamente nessa época que todo esse formalismo foi quebrado com nomes como Guimarães Rosa, Lima Barreto e a senhorita Lispector, que frequentemente tem suas frases compartilhadas em “tirinhas” pelas mesmas pessoas que falam mal da literatura nacional.

Como já pode imaginar se eu falasse isso, provavelmente ela não me responderia e eu estava bem curioso para saber a cor de seus olhos, se é que me entendem. Logo, acabei mudando de estratégia e pensei em saber mais sobre ela e não exatamente sobre o que ela gosta.

Em uma manobra evasiva quanto ao que tinha acabado de me responder eu mudei o assunto para o que ela faz da vida, se estuda, trabalha ou também se não faz nada. (Haja tempo para Tolkien e Martin).

Ela respondeu:

— Eu sou escritora.



- Willian Carvaho.

23 de dezembro de 2014

Mente...

                                                                                      
           
                                        
As vezes nos damos conta de certas coisas que ignoramos ou simplesmente preferimos evitar. Enquanto isso, lidamos com todo tipo de mentes.
E falar de mente é ver o quanto uma mente pode ser complexa.

Não tenho a menor intenção e o interesse de falar da mente como algo clínico, ou coisa do tipo, mas tento analisar o que vejo todos os dias através de comportamentos, atitudes, pensamentos de pessoas variadas. Talvez seja um hobby meu, ou algo da minha personalidade que  incita a querer saber mais, entender mais, aprender mais, sei lá.

Creio que a nossa mente é capaz de tanto neutralizar como movimentar nosso corpo.  Aprendemos na escola sobre pessoas de mentes brilhantes que tiveram importâncias vitais nas ciências, na física , nas artes , e tudo que acumulamos, a longo de muitos anos , os conhecimentos são guardados, aproveitados.  Nossa inteligência a todo tempo é preenchida cada dia com alguma coisa diferente, enfim.

Minha interrogação é saber da facilidade que é, de certa forma, acumular conhecimentos, mas não ter domínio da própria mente. Não ter o controle do que fazer com as emoções. Isso me preocupa.
Vendo pessoas com potenciais extraordinários,  com tanta iniciativa, talento, ter uma mente tão presa, limitada ou incapacitada. Alguns diriam que um bom psicólogo ajudaria, mas não sei... Creio que especialistas clínicos não tem a capacidade de olhar um ser humano como um igual quando está "incorporado" numa profissão. Creio que sejam poucos que olham desse jeito.

Não posso dizer ou não se há sinceridade em acolher. O que sei é que a mente pode derrubar ou levantar uma pessoa. Por isso é nossa arma e também a nossa maior desgraça se não soubermos olhá-la com atenção.

Há mentes brilhantes por aí ofuscadas por sentimentos, comportamentos ruins, que precisam ser trabalhadas e é  necessário que em primeiro lugar, tomemos consciência do quanto a mente é poderosa.  Costumo dizer que a mente é como uma engrenagem que se parar, tudo vai parando lentamente. Então, mais uma vez eu digo.... olhem suas mentes...


5 de dezembro de 2014

Medo de amar...

Alguém perfeito é o que procura
Até quando vai continuar com essa loucura ?
Não vê que a perfeição também é um defeito ?
Não sei porque agir desse jeito

Tem medo de amar
Não consegue se entregar
Arranja mil motivos
Para não se apegar
Finge que está bem
Diz que não precisa de ninguém
Mas esse teu jeito não me engana meu bem

Mas vejo em teu olhar
Uma vontade de chorar
Quando falam de amor contigo...

Sinto em ti
Uma imensurável dor
E me pergunto quem tanto te magoou
E hoje perdida tenta viver
Com sorriso em seu rosto tentando esconder
O passado que lhe fez sofrer

Eu não queria te ver assim
Mas nada posso fazer
A decisão é sua, ta na hora de escolher
Quero te fazer feliz
Acabar com essa tortura
Então quando estiver disposta me procura
Pra essa sua doença
Eu sei que sou a cura....

Distante...

Estou tão distante
Cada vez mais inconstante
Ando perdido por aí
Sem saber para onde ir

Distante... Distante...
Eu sigo sem parar
Tanta gente a minha volta
E eu a procurar...
Paz....
A paz que se foi com seu adeus
E eu me vi perdido
Sem os carinhos teus

Só eu sei o que passei
O quanto me doeu
Mas vou seguir sozinho
Trilhar o meu caminho

Não posso desistir
Mesmo sem você aqui
Mesmo faltando força nesta viajem
Lembro de ti e crio coragem

Talvez um dia possamos nos encontrar
E lhe darei motivos
Para se orgulhar...

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