12 de janeiro de 2015

Entrevista com Francélia Pereira - Série Habitantes do Cosmos




Começamos essa semana com uma entrevista com Francélia Pereira, autora da série Habitantes do Cosmos. O segundo livro da série, Artemísia, já está disponível para pré-venda no site da Editora Buriti. Francélia é uma jovem estudante de Letras de 37 anos, nascida e criada em Belo Horizonte.

Tive a honra de bater um papo com ela sobre como foi a publicação bem como a literatura surgiu na sua vida. Confira como foi nossa conversa agora:



Como e quando começou a ser uma leitora, consumidora de literatura?

Desde a infância. Quando eu era criança, já com uns sete anos, a Escola em que eu

estudava, que era Estadual, já tinha um programa de incentivo a leitura, que funcionava.

Lembro que fiquei super feliz quando fiz minha primeira carteirinha na biblioteca da

Escola, e eu adorava ficar lá escolhendo os livros que ia levar pra casa.

Quando começou a sua vida como escritora? O que escrevia?

Bem, se você perguntar para os meus amigos da adolescência, vão dizer que sempre

escrevi; pois nessa fase já me arriscava nos poemas de “amor”, rs. Mas foi uma fase

mais amadora. Considero que comecei mesmo ao final de 2011; meus poemas já

estavam mais elaborados, e depois vieram os contos. Meu primeiro romance foi escrito

no início de 2014.

Há escritores ou pessoas com ligação à literatura na sua família de forma que
possam ter influenciado isso na sua vida?

Não que seja do meu conhecimento. Sou de uma família muito simples. Eu é que tenho

influenciado minhas sobrinhas pequenas, que sempre me pedem para ler ou contar

histórias para elas. Já me “exigiram” até que eu criasse um livro em que elas fossem as

personagens principais... rs.

Quais seus gêneros preferidos e influências literárias? 

Gosto muito dos textos antigos, quanto mais antigos melhor. Adoro pegar um livro em

que o “cheiro” do tempo esteja impregnado; aqueles com páginas beeeem amarelas.

Gosto muito dos gregos, principalmente Homero e Hesíodo; mas também gosto dos

latinos, como Ovídio.

Citando outros autores, sou fã do trabalho do Franz Kafka, amo as obras do Aldous

Huxley – amo muito mesmo... rs – , Paulo Leminsky, Clarice Lispector, Alan Moore,

Daniel Munduruku, Kaká Werá Jecupé, Hermes Leal... A lista é bem grande, mas

acredito que já da pra ter uma ideia do tipo de leitura que me prende, né!

Algum autor/autora ou até mesmo uma obra predileta?

Minha obra predileta... Na verdade são duas.  A terra dos mil povos, do Kaká Werá; e A

Ilha, de Aldous Huxley.

Além da literatura, tem apreço por outro tipo de arte?

Todo tipo de arte me interessa. Acredito que todo artista “bebe” da mesma fonte; o que

muda é a forma como cada um expressa isso. Desde que seja de fato um trabalho

artístico, não discrimino nenhuma forma de expressão, todos são válidos e tem o mesmo

impacto, que é ser compreendido pela “alma”.

Como foi a busca pela chance de publicação?

No caso do Artemísia, foi bem tranquilo. Essa obra é especial pra mim. Comecei

postando em um blog, umas três vezes por semana; e quando comecei, a história não

estava completa. Quando percebi que havia leitores que estavam acompanhando o

desenrolar das aventuras da personagem, comecei a ter receio de não conseguir concluir

a história. Mas foi como “psicografar”, rs. A história foi acontecendo sozinha, e não foi

difícil concluí-la.

Durante esse processo, uns amigos começaram a me incentivar a publicar a obra,

mesmo que de forma independente; foi quando um grande amigo me indicou o site

Clube de Autores, que eu já havia conhecido há uns anos atrás, mas na época não tinha

nada para publicar, então havia me esquecido totalmente dele.

O livro ficou por lá pouco tempo, e alguns exemplares foram vendidos, mas logo tive

que retirar a obra, pois a Editora Buriti havia demonstrado interesse em publicá-la.

Como foi a publicação?

O processo todo foi bem amigável e bem tranquilo. Tudo fluiu de forma natural. Agora

o livro já está na pré-venda no site da Editora.

Você teve apoio de amigos e familiares? 

Com certeza. Sem minha família eu não teria esse tempo que tive para me dedicar aos

estudos e à produção dos livros. E meus amigos são maravilhosos, sempre me

incentivando e dando bastante apoio.

Você acompanha o surgimento de novos autores nacionais?

Acompanho sim. Principalmente depois que criei perfil nas redes Widbook e Wattpad;

sempre dou uma olhada nos trabalhos dos colegas, rs. E tem muitos trabalhos bons

nessas redes.

Qual mensagem ou dica você tem para novos autores que sonham em publicar seu
livro?

Minha dica é; se você tem um trabalho e acredita nele, nunca desista, se o seu trabalho

for sincero, com certeza ele será reconhecido, mesmo que demore um pouco. E nunca

pense que a falta de dinheiro possa impedir um bom trabalho de chegar a seus leitores;

se você tem uma mensagem que precisa ser ouvida, com certeza ela será.

Que livro de um novo autor você indicaria?

Minha indicação é um poeta, bem ao estilo Leminsk; o livro é Sumo de Ranço, o autor

é Fred Caju. Segue uma amostra:

ANTES MEMÓRIA QUE MATÉRIA

É dos teus olhos pra dentro

que sinto meu alumbramento.

São tantas marcas de tempo

em teu corpo envelhecendo.

Tua carne cada vez menos,

mas internamente incêndio.

Teu charme é mais intenso

sem a matéria que lembro.

O que tens em pensamento

é o encanto ao qual me rendo.


Espero realmente que todos tenham gostado não só de conhecer um pouco mais sobre essa nova autora bem como sua própria obra. Em breve teremos ainda mais entrevistas com o objetivo de divulgar e disseminar ainda mais a arte através da literatura.


Pré-venda de Habitantes do Cosmos: Artemísia

http://editoraburiti.com.br/habitantes-do-cosmos-artemisia/


Contatos da autora:

Wattpad:

http://www.wattpad.com/user/FrancliaPereira

Widbook:

http://www.widbook.com/profile/francelia-pereira-1375

Facebook:

https://www.facebook.com/franceliapereiraescritora

Blog:

https://franceliapereira.wordpress.com/

Habitantes do Cosmos:

https://www.facebook.com/pages/Habitantes-do-Cosmos/889743467702960?fref=ts

Habitantes do Cosmos: Artemísia

https://www.facebook.com/habitantesdocosmosartemisia?pnref=story

7 de janeiro de 2015

Coisas de uma infância já esquecida

Juquinha tinha acabado de completar os seus dez anos de idade há pouco mais de uma semana e sua curiosidade sobre tudo já alcançava os níveis da de um adolescente refém dos desejos do mundo. Perguntava sobre tudo, sobre o que via na televisão, sobre o que ouvia por aí, queria saber sobre o passado, como as coisas haviam chegado a ser como são e também o que podem vir a ser no futuro.

Quando jogando vídeo game na casa de seu melhor amigo, Renan, cuja mãe é uma professora de história, foi acometido pela sensação das infinitas possibilidades que aguardavam no futuro. A mãe de seu amigo sempre preparava um ótimo lanche para eles no fim da tarde, era a única coisa que poderia fazer para tirar os dois da frente daquele jogo.

Juquinha jamais esqueceria daquela sensação, um mundo inteiro bem na sua frente, sem fronteiras. Sempre se concentra bastante quando a mãe de Renan começa a contar as mais aventuradas e divertidas histórias. Dessa vez havia sido a de um jovem rapaz de apenas 14 anos que se tornou imperador, Pedro II, havia gravado bem o nome. Segundo o que contara a mãe de seu amigo, a maioridade do jovem rapaz fora antecipada na tentativa de combater de forma mais rápida e eficaz uma crise que tomava conta do Império.

Juquinha ficou recontando a história em sua cabeça em todo o caminho de volta para casa. Quando entrou na sala não esperou muito e já foi logo de encontro ao seu pai — Um senhor por volta dos seus cinquenta anos, já cansado do marasmo diário: levantar, tomar banho, contar o dinheiro da passagem, trabalhar, voltar para casa e recomeçar tudo de novo no dia seguinte.

— Pai, a mãe do Renan, falou que Dom Pedro II virou imperador com 14 anos, então quer dizer que com 14 anos eu posso ser o que eu quiser?

— Você quer ser imperador Juca? — Perguntara o pai enquanto passava os canais da televisão aleatoriamente, era como se não mudasse o canal, a programação era a mesma.

— Claro que não, né pai! Eu sei que não existem mais imperadores hoje em dia mas eu posso ser outra coisa, alguém muito importante, certo? — Perguntara com o que restava-lhe de inocência.

Noticiário vai e vem e nada muda, o pai de Juquinha arfando desliga a televisão e responde ao filho:

— Aqui meu filho, com 14 anos você pode fazer o que quiser.



- Willian Carvalho

Paradoxo Literário Nacional

A internet se tornou um excelente meio social, de forma que hoje em dia cada vez mais pessoas conhecem outras pessoas na rede. Tudo acontece de forma bem democrática nesse contato virtual. Além das já conhecidas redes sociais existem também as famosas salas de bate papo, estas divididas por temas.

Há realmente de tudo: idades, Estados, países, gostos musicais, gostos literários e claro que não é possível esquecer dos gostos de sexo. A internet se tornou tão presente que o sexo virtual não é nem mais considerado um fetiche ou alguma fantasia e tem uma categoria sua, completamente isenta das outras.

Em um desses dias em que mesmo tendo o que se fazer acabamos por querer falar com alguém diferente, conhecer alguém novo acabei acessando uma sala de bate papo para supostos amantes da literatura.

Logo, acabei iniciando um papo com uma moça cuja auto alcunha de Jane Austen chamara-me a atenção, apesar de eu não ser um leitor das obras da autora original. Enfim, passadas as apresentações iniciais que nunca mudam como “Oi, tudo bem? De que Estado você é?” finalmente começamos a realmente a falar sobre literatura.

— Ah... eu leio um pouco de tudo. Adoro romances, de fantasia fantástica, passando por ficção científica até uma bela e linda história de amor. — Me dissera inferindo bastante versatilidade quanto ao que eu estava pensando sobre ela.

— Muito legal, eu também gosto de ler um pouco de tudo, cada tema e gênero têm suas particularidades mas ambos podem transmitir uma ótima mensagem de forma eficiente e igualitária. — Respondi tentando ser condizente com a situação.

Quando perguntada sobre os títulos que mais gostou ela respondeu:

— Dos clássicos, gosto muito dos livros da Austen, como pode imaginar pelo meu nick rsrs. Também gosto muito de fantasia como Harry Potter, Senhor dos Anéis, Crônicas do Gelo e Fogo. E tenho lido alguns autores novos que aparecem por aí tipo o Green.

Não sei dizer o que senti quando não vi nem sequer um título nacional em sua breve lista de queridos livros. Minha curiosidade não se aguentou e acabou questionando sobre tal ausência da literatura canarinha.

— Ah! Os autores nacionais são muito chatos, tão cheios de regras, falam tudo de maneira tão complexa e formal. As histórias são muito bobas e inocentes, já não gostava delas desde a época da escola. — Respondeu ela dessa forma direta e incisiva.

Fui tomado por uma outra sensação desagradável. Como é possível alguém não gostar de nada que venha de onde ela mesma vem? Me peguei pensando antes de continuar falando com ela, deixando apenas uma letra solta na barra de mensagens para que ela pensasse que estou escrevendo ainda e não a ignorando.

Concordo em partes que alguns autores nacionais são bem complexos e formais, mas a literatura nacional não morreu no início do século XX, muito pelo contrário foi exatamente nessa época que todo esse formalismo foi quebrado com nomes como Guimarães Rosa, Lima Barreto e a senhorita Lispector, que frequentemente tem suas frases compartilhadas em “tirinhas” pelas mesmas pessoas que falam mal da literatura nacional.

Como já pode imaginar se eu falasse isso, provavelmente ela não me responderia e eu estava bem curioso para saber a cor de seus olhos, se é que me entendem. Logo, acabei mudando de estratégia e pensei em saber mais sobre ela e não exatamente sobre o que ela gosta.

Em uma manobra evasiva quanto ao que tinha acabado de me responder eu mudei o assunto para o que ela faz da vida, se estuda, trabalha ou também se não faz nada. (Haja tempo para Tolkien e Martin).

Ela respondeu:

— Eu sou escritora.



- Willian Carvaho.

23 de dezembro de 2014

Mente...

                                                                                      
           
                                        
As vezes nos damos conta de certas coisas que ignoramos ou simplesmente preferimos evitar. Enquanto isso, lidamos com todo tipo de mentes.
E falar de mente é ver o quanto uma mente pode ser complexa.

Não tenho a menor intenção e o interesse de falar da mente como algo clínico, ou coisa do tipo, mas tento analisar o que vejo todos os dias através de comportamentos, atitudes, pensamentos de pessoas variadas. Talvez seja um hobby meu, ou algo da minha personalidade que  incita a querer saber mais, entender mais, aprender mais, sei lá.

Creio que a nossa mente é capaz de tanto neutralizar como movimentar nosso corpo.  Aprendemos na escola sobre pessoas de mentes brilhantes que tiveram importâncias vitais nas ciências, na física , nas artes , e tudo que acumulamos, a longo de muitos anos , os conhecimentos são guardados, aproveitados.  Nossa inteligência a todo tempo é preenchida cada dia com alguma coisa diferente, enfim.

Minha interrogação é saber da facilidade que é, de certa forma, acumular conhecimentos, mas não ter domínio da própria mente. Não ter o controle do que fazer com as emoções. Isso me preocupa.
Vendo pessoas com potenciais extraordinários,  com tanta iniciativa, talento, ter uma mente tão presa, limitada ou incapacitada. Alguns diriam que um bom psicólogo ajudaria, mas não sei... Creio que especialistas clínicos não tem a capacidade de olhar um ser humano como um igual quando está "incorporado" numa profissão. Creio que sejam poucos que olham desse jeito.

Não posso dizer ou não se há sinceridade em acolher. O que sei é que a mente pode derrubar ou levantar uma pessoa. Por isso é nossa arma e também a nossa maior desgraça se não soubermos olhá-la com atenção.

Há mentes brilhantes por aí ofuscadas por sentimentos, comportamentos ruins, que precisam ser trabalhadas e é  necessário que em primeiro lugar, tomemos consciência do quanto a mente é poderosa.  Costumo dizer que a mente é como uma engrenagem que se parar, tudo vai parando lentamente. Então, mais uma vez eu digo.... olhem suas mentes...


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